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Saturday, April 29, 2006

Nossa! Dois posts num dia! Isso é um recorde!

Hehehe... depois de escrever sobre algo tão viajante quanto Windows vs Linux, por que não relaxar e escrever sobre The Who?

Na verdade, não vou escrever sobre os quatro rapazes de Liver... quer dizer, Sheppers Bush ! O que vou escrever aqui é como comecei a curtir o som que estes caras fazem.

Pra ser sincero, vou fazer, na cara dura um copy/paste do que escrevi na comunidade The Who Até o Osso num tópico onde o pessoal conta como conheceu a banda. Preparados? Lá vai!

Pois é amigos... faz um pouco de tempo já, que eu conheço o The Who (bom, pelo menos um bom tempo pra mim...); pra dizer a verdade, meu primeiro contato com o Who foi bem inconsciente, eu tinha uns 5 pra 6 anos.

Bem, nessa época (como até hoje, mais de 20 anos depois) existe um programa na rádio aqui da minha cidade (Cidade FM) que toca umas "velharias" no horário de 12:30 à 14:00. E como eu ia para a escola (o famoso "pré-primário") pela manhã ficava a tarde toda de bobeira, como qualquer outro garoto dessa idade.

Mas esse horário era sagrado porque tocavam umas músicas bem antigas (depois fui descobrir que rolava Stones, Beatles, Kiss (!!!) e W H O!) e eu não sabia porque mas adorava. Hoje sou um fã inveterado de classic rock!

Ainda não manjava (nem me interessava) por música. Mas tinha uma música que sempre que tocava me fazia para de fazer o que estivesse fazendo para ouví-la. Era de uma banda chamada "derú"; santa inocência, ou ignorância, sei lá!

Assim passaram-se 4 anos. Agora eu já era um quase-adolescente (!) de 9 pra 10 anos. Ainda não era dos mais interessados por música, mas já sabia pelo menos o nome da música que eu ouvia, sempre no final do programa. Ela se chamava 'My Generation'. Mas naquela época, como já disse, não estava muito interessado em música; gostava mais de bola e bicicleta.

Mais um salto no tempo. Agora já sou um quase-adulto de 15 anos (grande coisa...) e assistindo um programa na TV Cultura que passava aos sábados à tarde (não me lembro do nome do programa, mas tenho quase certeza que não era o Som Pop) e eis que se anuncia um vídeo de uma banda tirado de um festival de rock de 1970.

Aqui cabe um parentese. Eu acho que sou meio nostálgico, sei lá, por que eu adoro coisas antigas, como comerciais de TV, música, programas de TV, revistas, etc. tudo que puder ser considerado antigo, me chama a atenção, mesmo.

Voltando a minha história. Ou epopéia, ou mera encheção de linguiça pra fazer a história parecer mais bonita do que realmente é. Estava assistindo ao programa quando anunciam o bendito vídeo. Mas esse vídeo só foi passar no último bloco do programa, com o apresentador falando pra que se gravasse aquilo, era algo histórico, sei lá.

Além de ser uma "velharia" (no sentido mais carinhoso da palavra), o que mais me chamou a atenção foi a banda que seria apresentada no vídeo. O "derú" lá do começo. E um estalo de surpresa na mente. A associação já estava feita.

Bem... o vídeo. Impossível descrever o que senti com perfeição ou com o mesmo sentimento que tive naquela época. Apenas pra tentar sintonizar vcs: Imagine aquela sensação de espanto, misturado com admiração, quase reverência. Algo profundo, direto, cru. Desafiador, insano, engraçado e muito mais, mas tudo junto, ao mesmo tempo. Uma cena disso? O idiota aqui de boca aberta por 10 minutos e incapaz de dizer uma palavra sequer!

Agora a descrição do vídeo, pra vcs saberem do que se trata: primeiro take; um sujeito tocando baixo com uma roupa de esqueleto. Corta pro vocalista; um sujeito cabeludo, com uma roupa de franjas virando um microfone que nem um doido e andando pra trás tão empolgado que quase derruba as caixas de som atrás dele com a força que bate nelas.

Corta pro sujeito da guitarra. Narigudo. Muito narigudo. Tocando como um alucinado, virando seus braços, quase que sem tocar nas cordas, mas ao mesmo tempo arrancando um som cortante de uma guitarra linda, vermelha... que é um sonho de consumo e a minha imagem no Orkut. O cara da guitarra está usando um macacão branco, igual a um mecânico.

Quarto take. O mais surpreendente, se é que isso era possível pra um garoto que pouco interesse tinha em música e nunca havia se tocado ou se ligado em nenhuma outra banda. Um baterista que tocava que nem um maluco. Rápido. Mais rápido que o normal. Mais rápido que o aceitável. E por cima ainda ficava fazendo umas caretas! E se mexia atrás da sua bateria preta como se estivesse com o corpo coberto por pulgas e tentasse jogá-las o mais longe que pudesse (ô comparaçãozinha idiota, né?!), mas tocando aparentemente sem errar; uma técnica completamente sem técnica.

Chocante. Quatro elementos distintos; aparentemente diferentes, marcantes. O baixista que parecia uma estátua e movimentava seus dedos muuuuiito rápido. O vocalista que parecia que iria ter sua garganta rasgada no próximo grito. Um guitarrista narigudo insano, que parecia que só estava ali enrolando, sem tocar porra nenhuma. E aquele baterista doidão que parecia que ia morrer no instante que tocasse sua última nota.

Essa é a imagem que tive do The Who. A música? Bem... a impressão visual foi muito forte. Mas o que posso dizer da música é que ela era muito intensa, insana como os que a executavam. Um carrossel de notas e sons que sozinhos poderiam ser até considerados incompatíveis, mas combinados formavam uma música poderosa, densa, grudenta e extremamente agradável de ser ouvida.

Na verdade foram duas músicas. Mas o espanto foi o mesmo. Aquilo me deixou incomodado. Fiquei mais uns 10 minutos "de bobeira".

Aquelas cenas me seguiram por anos a fio e só pude voltar a vê-las alguns anos depois, mais precisamente no ano passado.

Só para a curiosidade da galera ser desfeita, estou falando de Young Man Blues e de Naked Eye q o Who tocou no festival da Ilha de Wight.

Assim me tornei um fã do Who. Mas meu primeiro item do Who foi o CD BBC Sessions. E Meu primeiro DVD foi aquele em que eles tem os clipes de seus maiores sucessos.

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